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Mãe de entregador que apanhou de coleira passou mal ao ver imagens

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Adriana de Souza Alves, mãe do entregador Max Angelo dos Santos, afirmou, nesta quarta-feira (12/4), que passou mal ao ver imagens em que o filho é agredido com uma coleira de cachorro pela ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, no último domingo (9/4), em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

“Eu fui saber disso na segunda-feira de madrugada. E foi bom eu não ter presenciado isso que aconteceu com meus filhos. (…) Olha, eu comecei a tremer, a chorar, fiquei preocupada. Eu fui na casa dele de madrugada quando eu vi o vídeo. Mas, infelizmente, eu comecei a passar mal”, contou Adriana ao G1.

Adriana acompanhou o filho, nesta quarta-feira (12/4), para prestar depoimento na 15ª DP (Gávea).

“Nós somos negros, mas nós temos o direito de ir e vir para qualquer lugar. Nós somos trabalhadores, não somos bandidos, nem ladrão”, declarou a mãe de Max.

Adriana ficou revoltada com a agressão de Sandra e questionou os motivos dela para agredir o filho.

“Eu vi aquilo, e não tenho palavras para descrever a atitude dessa senhora. Ela não pode tratar um ser humano desse jeito. Porque ela é rica, tem dinheiro? E aí? Ela tem dinheiro, a gente não tem, mas somos felizes. A gente come, bebe, ninguém mora na rua, ninguém passa fome, ninguém rouba e ninguém trafica”, acrescentou.

Max Angelo mora na Rocinha e trabalha como entregador há um ano e meio, desde que perdeu o emprego com carteira assinada. Ele afirmou que pedala cerca de 18h por dia durante as entregas.

Mãe solo, Adriana contou que sempre trabalhou para criar os filhos e que nunca deixou faltar nada para eles.

“Eu nunca coloquei meus filhos em sinal para pedir dinheiro (…) Eu fui cabeleireira, lavei roupa para fora, fui a primeira mulher a trabalhar em obra para criar meus filhos. Meu filho sempre foi trabalhador, é pai de família, tem três filhos. Aí, você imagina os filhos dele vendo uma cena dessa na televisão”, lamentou Adriana.

Perguntada pelo repórter se perdoaria a atitude da ex-jogadora, Adriana disse que “quem perdoa é Deus”. Para a mãe de Max, Sandra deveria refletir sobre a vida dela.

“Eu acho que isso não deveria mais existir [racismo]. E não é só com o meu filho, que é classe média baixa, não. Isso aconteceu com aquele jogador que foi chamado de macaco. Não tem limite”, reclamou.

Por G1

Foto reprodução

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