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Acidentes

Policial Militar salva vida de idosa condutora de carro após grave acidente na BR 364 próximo a Itapuã

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No dia 28 de fevereiro, por volta de 14 horas eu, Cabo PM Cassiano Baptista da Silva Filho me deslocava de Porto Velho – Ariquemes e me deparei com um acidente que teria acabado de acontecer, acerca de 12 km do município de Itapuã, no quilômetro 615 da br-364.
O intuito principal ao desembarcar do táxi em que eu me encontrava era de verificar a possibilidade de passar daquele local e não ficar parado em um possível fechamento da br-364, tendo em vistas compromissos com faculdade que já tinham sido adiado por força de uma viagem ao estado do Paraná, onde fui deixar a minha filha mais velha após férias comigo.
Esse compromisso na faculdade era um seminário que seria realizado no dia 27 à noite e por conta desse meu deslocamento ao sul do país ficou para o dia 28. Após perder o voo no retorno já havia acontecido um atraso enorme que teria me prejudicado ao meu chegar em casa e me preparar para esse seminário.
Quando desembarquei do veículo, no local do acidente, iniciei os registros fotográficos a fim de contribuir no registro da ocorrência pelos policiais rodoviários federais.
Em um dos registros verifiquei que um dia veículos envolvidos, um caminhão, que estava danificado no meio da rodovia, teve a roda do eixo dianteiro, lado direito, arrancada com a pancada e, também, teve o tanque de combustível perfurado, despejando combustível na via, escorrendo a margem daquela rodovia.
Esse combustível se acumulava próximo aonde estavam algumas pessoas que já observavam o outro veículo de passeio onde estava a senhora Maria José, presa nas ferragens dentro do veículo.
Aquele claro e iminente risco de incêndio/explosão aumentava o risco de morte da vítima encarcerada assim como também a todos que se encontravam naquele local, pois qualquer centelha poderia iniciar o incêndio.
Após ouvir a seguinte fala: “a senhora está presa aqui, está viva”, me inclinei até o local onde continuei os registros fotográficos e, ao fotografá-la sentada no banco do motorista com uma característica de que não estaria bem, apesar de estar acordada e falando, percebi a mudança de coloração em sua pele do rosto com braço motivo pelo qual procurei observar como estaria a sua região abdominal, que que poderia ter recebido pancada durante a colisão.
Ao levantar a sua blusa verifiquei uma mudança de coloração na região abdominal, estava ficando mais escura caracterizando uma possível hemorragia interna.
Nesse momento falei com os que lá se encontravam tentando ajudar, que teríamos que retirá-la de dentro do veículo a fim de apressar o socorro da mesma, pois caso aguardasse uma equipe de desencarceramento que teria que vir do município de Porto Velho. Com a demora da chagada, caso aguardássemos, ela poderia não resistir. O outro ponto que contribuiu para o entendimento de que ela deveria ser retirada do local quanto antes era por conta do derramamento de combustível na via que se acumulava próximo do veículo, colocando a senhora em mais um risco de vida (morte por incêndio) assim como todos que ali se encontravam no intuito de ajudar a vítima encarcerada.
Pedi para aqui rapidamente entrasse em contato com uma equipe médica de Itapuã e chamasse socorro e que também fosse informado a PRF para realizar deslocamento até o local.
Em meio aquele risco iminente, me posicionei a todos e enfatizei que precisávamos realizar a retirada daquela senhora daquele local por conta de tudo que mencionei acima.
Apareceram cerca de três hastes de metais que ajudaram na abertura da porta, que se encontrava travada, impossibilitando a retirada da vítima de dentro do veículo.
Ela falava repetidamente que estava com muitas dores que não estava bem, pedindo “socorro”, que “pelo amor de Deus”, fosse retirada de dentro do veículo.
Após não sei quanto tempo um dos que lá se encontravam disse que tinha um arco de Serra em seu veículo, momento esse que pedi a ele que pegasse para tentar cortarmos a trava da porta, pois as hastes conseguimos afastar a porta, onde essa trava, ficando visível o ponto onde teríamos que cortar.
Após o corte dessa parte metálica conseguimos abrir a porta, momento em que me ajoelhei ao lado da senhora e procurei verificar se tinha ossos grandes fraturados, que não encontrei . O que havia de muito grave ali seria a hemorragia na região abdominal.
Populares insistiam que a deixasse dentro do veículo até chegar uma equipe do SAMU e eu reafirmei que iria tirá-la, que seria policial militar e faria o procedimento de maneira a contribuir para que a senhora recebesse o quanto antes atendimento e fosse levada apreciação de um médico, mesmo com o mínimo de conhecimento na área. E assim foi feito. Ao do veículo, após abrir a porta, livrei o pé direito da senhora Maria José, que estava preso a ferragem.
Após alinhar as pernas solicitei que outros que lá se encontravam inclinar-se o banco para fazermos o alinhamento de pernas com a coluna.
Após o corpo ficar alinhado coloquei as minhas duas mãos por debaixo do quadril da senhora e pedir que soltasse o cinto que estava preso e assim foi feito.
Com os dois sacos de airbag fiz uma cama improvisada ao lado do veículo e com os quebra-sóis improvisei um suporte para sua cabeça.
Com auxílio de pelo menos duas ou três pessoas a retiramos, com muito cuidado, para não realizar muito a movimento, evitando piorar o seu quadro de saúde. A colocamos nessa cama improvisada e pedi que uma moça, que estava lá a todo momento, inclusive segurando um cachorrinho da raça shih Tzu da vítima, que conversasse com a senhora Maria José e a mantivesse tranquila, evitando de que ela se movimentasse.
Fui até a rodovia para evitar que pessoas curiosas parassem próximo do caminhão que estava despejando combustível na via pública viesse causar um outro acidente tendo em vista que o combustível ainda estava sendo despejado na via encharcando todo o asfalto e como havia falado o local onde estava o carro de dona Maria José.
Logo em seguida avistamos um veículo com giroflex ligado que na sequência vimos se tratar de uma ambulância que logo sinalizei o local onde seria para estacionar melhor posicionando a ambulância facilitando a remoção da senhora Maria José daquele local.
Quando a equipe desembarcou da ambulância informei O que teria acontecido os procedimentos que foram tomados e logo ela foi colocada na máquina e encaminhada para o hospital de Itapuã.
Chegando no hospital equipe médica e pronto socorrista constataram a hemorragia e a encaminharam urgentemente ao hospital João Paulo II que por lá ao chegar foi direto para o centro cirúrgico que passou por uma cirurgia por mais de 3 horas.
Em contato com os familiares recebi a informação de que a cirurgia foi um sucesso e que no hospital foram informados que caso demorasse mais tempo a senhora poderia sim vir a óbito.
Diante de tudo o que aconteceu só teve uma explicação que coubesse para o meu envolvimento nisso tudo a minha ida ao Paraná deixar minha filha tendo em vista que meu sobrinho não pude levá-la, o não embarque realizado no aeroporto de Curitiba ocasionando assim um atraso tendo a empresa que me realocar em um voo posterior fazendo com que eu chegasse em Porto Velho somente no dia seguinte a fim de que parasse na rodovia verificasse aquele acidente e salvasse a vida de dona Maria José.
“Os planos de Deus são muito maiores do que os planos do homem”
É o que eu acredito por tudo que passei diante do caso relatado aqui.
Agora torço para a plena recuperação da senhora Maria José e que ela retorne a sua casa e volte a interagir com todos os seus entes familiares.

Do Rondonianews

 

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