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Invasores podem responder por terrorismo, dizem juristas; pena prevista é de até 30 anos

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Os manifestantes que invadiram as sedes dos três Poderes neste domingo (8), em Brasília, podem responder por diversos crimes, incluindo dano qualificado, atentado contra o Estado democrático de Direito e terrorismo, segundo juristas ouvidos pela reportagem. Nesse último caso, a pena pode chegar a 30 anos de reclusão.

Segundo a lei 13.260/2016, o terrorismo é caracterizado pela prática individual ou coletiva de atos que tenham como finalidade “provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”.

Um dos atos caracterizados como terroristas na legislação é “sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a pessoa ou servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo temporário, […] instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais […]”.

No caso dos crimes de terrorismo, a pena varia entre 12 e 30 anos de reclusão, além das sanções correspondentes a ameaça ou violência. Os especialistas afirmam que os extremistas poderão responder por dano qualificado, que ocorre quando há dano “contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos” e cuja pena varia de seis meses a três anos. Além disso, dizem os advogados, manifestantes que agrediram policiais, jornalistas ou outras pessoas poderão responder por lesão corporal ou tentativa de homicídio.

Sobre as sanções previstas na Lei de Segurança Nacional, embora a norma tenha sido revogada em 2021, foi incluído um novo capítulo no Código Penal para tratar do tema. De acordo com Maierovitch, os invasores poderão responder por crimes contra as instituições democráticas, que têm penas de prisão que variam de quatro a 12 anos.

Segundo o novo capítulo do Código Penal, configuram tais crimes “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais” e “tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”.

Corresponsabilidade

Os juristas avaliam ainda que pessoas que não participaram diretamente dos atos mas que financiaram ou apoiaram as ações poderão ser responsabilizadas. “Existiram financiadores e um incentivo a isso por parte de autoridades políticas. Quem concorre para o crime incide nas penas a ele culminadas e pode ser corresponsabilizado”, afirmou Maierovitch.

Ele disse ainda que a Polícia Militar e o governo do Distrito Federal podem sofrer sanções administrativas por não terem agido para coibir tais atos. “O governador Ibaneis Rocha pode, inclusive, sofrer impeachment por crime de responsabilidade”, afirma.

 

Agência Estado

  • BRASÍLIA | por Agência Estado

  • FOTO

    Manifestantes invadem o prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília

    WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

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