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Compartilhar notícias falsas causa prejuízos reais; população deve evitar a propagação dessas informações

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Mídia digital da Secom, rebatendo notícia falsa que circulou na internet, a partir de Rondônia

As mortes do

 

 

 

 

 

 

 

 

jornalista Marcelo Bennesby  (Rede TV!), 51 anos, em 24 de janeiro, e a do memorialista Anísio Gorayeb, 66, em 21 de março deste ano, ambos em consequência da Covid-19, foram anunciadas em redes sociais, dias antes do ocorrido. Constrangidas e transtornadas, as famílias de ambos em Porto Velho tiveram que desmentir a falsa informação na Capital, em Guajará-Mirim e outras cidades, inclusive no Exterior onde eram conhecidos.

Muito antes da pandemia mundial da Covid-19, o mundo deixou de fazer leitura crítica dos fatos, abrindo todas as brechas para uma gigantesca fábrica de mentiras. A internet mexeu nas entranhas éticas e morais de instituições governamentais, ensino, religiosas, esportivas, ambientais, na população em geral. A ponto de Portugal e Itália iniciarem programas de educação para a mídia.

Hoje é 1º de abril, conhecido por “Dia da Mentira” desde o século XVI na França. Em Rondônia, uma das maiores vítimas de boatos é o próprio Governo de Rondônia, que mobiliza desde o ano passado a Superintendência Estadual de Comunicação (Secom) para detectar de imediato todo tipo de fake news, notadamente as que prejudicam o combate à Covid-19, com a semeadura de falsas notícias.

“Todas as fakes causaram e causam mal-estar, são desgastantes e tristemente fazem a população acreditar que são verdades”, comentou a superintendente estadual de comunicação Rosângela Castelo.

Desde 2020, a Secom faz o monitoramento digital de notícias falsas e dedica parte de seu expediente diário a desmenti-las. Há notícias tão bem programadas [com gráficos e fotos] que simulam ser reais, mas, se quiser, o  leitor/consumidor pode detectá-las, recorrendo a agências de checagem. O Brasil dispõe de diversas agências para este fim. Pegadinhas antes tradicionais em 1º de abril ganharam uma versão “moderna” com as fake news contadas instantaneamente pela web e ofendem milhões de pessoas, todos os dias.

A coordenadora de Conteúdo da Secom, Cíntia Xavier, lembra que desde os primórdios da Humanidade a propagação de mentiras “machuca as pessoas”, e no Brasil elas são fartamente disseminadas desde antes do final do século XIX, quando foi inventado o telefone. “Mas piorou um tanto, todos sabemos”, considera a jornalista. Outra situação caótica, segundo ela, são as sucessivas e controvertidas medicações oferecidas por diversas pessoas, inclusive profissionais de saúde. “O que serve e o que não serve para combater o vírus é algo tão controvertido que ainda vem dando trabalho à aplicação da vacina”, lamentou.

Especialmente por aplicativo de mensagens, fake news sobre alimentos e bebidas milagrosas, que ajudariam na prevenção à doença, foram amplamente compartilhadas por muitos brasileiros. Mesmo que autoridades da Saúde pública garantam que não há nada que possa ser ingerido para a profilaxia, as notícias falsas continuaram circulando.

Banner de rede social sobre a verificação de notícia mal apurada

ANSIEDADE AUMENTA

A coordenadora se diz entristecida quando nota que o jornalismo estabelecido no Estado “replica muitas das mentiras veiculadas nas redes sociais”. Isso, conforme ela disse, gera uma situação preocupante “por causa da disseminação de fakes todos os dias, sem a menor preocupação em apurar dados e informes exatos”.

A fobia crescente depois do início do funcionamento do tempo real é vista como prejudicial ao jornalismo que traz consigo grande avanço tecnológico.

Para Cíntia, diferentemente do cotidiano de duas décadas atrás, o risco da boataria cresceu e as fakes news prosperaram. “Sair na frente [publicação imediata] denotou a ansiedade geral, e se houver consciência, melhor é não sair, enquanto não se apurar dados corretos, já que muitos pintam, bordam, costuram e dão nó”. Ela apelou: “Precisamos mais do que nunca, verificar a veracidade das informações, se de fato são fidedignas, o que evita serem rebatidas”.

Na Enciclopédia Britânica on-line, Scott A. Reid afirma: “As teorias da conspiração aumentam durante períodos em que predominam ansiedade generalizada, incertezas e dificuldades, entre elas, tsunamis, guerras, pandemias, depressões econômicas e terremotos. (…) O conteúdo das teorias da conspiração tem forte carga emocional e sua suposta descoberta pode ser gratificante”.

SAIBA MAIS

► A probabilidade de que uma notícia falsa seja retuitada é 70% maior, aponta o Instituto de Tecnologia de Massachusetts [MIT, sigla em inglês] Enquanto os robôs aceleraram a circulação de verdades e mentiras, as pessoas espalham mais as mentiras. Mídia sociais se tornaram fontes de falsidades. Segundo prevê a consultoria Gartner, em 2022 a população consumirá mais notícias falsas do que verdadeiras.

►A Lei 2630/20, aprovada pelo Senado Federal e emendada na Câmara dos Deputados, teve seus primeiros resultados ainda no ano passado, quando uma plataforma derrubou redes de contas falsas [os chamados perfis falsos] no Brasil e em outros países.

►No ano passado funcionava a prisão de até seis meses a quem provocar alarme: ainda na ausência de uma legislação específica que definisse como crime a produção e o compartilhamento de fake news no cenário de pandemia do novo coronavírus e de ameaças à saúde coletiva, autoridades passaram a enquadrar casos à Lei de Contravenções Penais, de 1941, numa tentativa de coibir a disseminação de notícias falsas relacionadas à Covid-19. O dispositivo fora aplicado em ao menos três capitais.

TRANSPARÊNCIA

O Governo de Rondônia publica diariamente dados e informações oficiais em seus respectivos sites. Segundo a Secom, Rondônia também se destaca pelo fato de ter dois canais de comunicação específicos para transparecer os dados de Covid-19, inclusive, um deles, é interativo.

Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Secom
Secom – Governo de Rondônia

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