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Política

Relatório quer tornar crime falta de repasse de recursos para o SUS

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Durante oito meses, o Grupo de Trabalho da Comissão de Seguridade Social e Família
que estuda a modernização da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), ouviu
representantes de 50 entidades do setor. Os dados levantados mostram que, nos
procedimentos de média complexidade, a iniciativa privada é responsável por 45% da
prestação de serviços. Na alta complexidade, o índice é de 75%. A tabela estabelece o
valor de cada serviço prestado por terceiros ao SUS.
O relatório do GT foi aprovado no último dia 11, com várias sugestões encaminhadas ao
Ministério da Saúde. O principal problema detectado é a falta de reajuste da tabela. As
soluções apontadas são a atualização periódica, com a participação da sociedade civil e
com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).  O relatório também
sugere que a remuneração dos prestadores de serviço leve em conta desempenho e
qualidade, entre outros parâmetros, além de respeitar as diferenças regionais, já que os
custos variam entre os estados.
Crime de responsabilidade
A relatora do GT, deputada  Silvia Cristina (PDT-RO) , reconhece que pelo menos uma
das sugestões é polêmica: classificar como crime de responsabilidade a falta de repasse
de recursos. “Nós temos realmente que ter um pouco mais de rigor. Hoje nós temos um
governo mais rigoroso, mas também precisamos que o Executivo tenha, na verdade, esta
responsabilidade. Nós temos pessoas que estão morrendo na fila, que morrem e não
sabem aquilo que têm porque falta este atendimento”, disse.
Coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Prol da Luta Contra o Câncer, Silvia
Cristina apresentou, no relatório do Grupo de Trabalho, os resultados de uma auditoria
do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a Política Nacional para a Prevenção e
Combate ao Câncer. As conclusões são de que há pouca disponibilidade de exames no
SUS, o diagnóstico é feito tardiamente e há demora nas várias etapas de investigação da
doença.
“As políticas de prevenção têm muito o que avançar, porque o que se gasta para
medicar, o que se gasta para tratar, é muito. Então nós poderíamos estar gastando este
dinheiro antes, antecipando, gastando pouco para a prevenção, do que lá na frente ter
que medicar porque as pessoas demoram muito, infelizmente, para saber o que têm”,
disse.
Apesar de já ter aprovado o relatório, o Grupo de Trabalho que debate a modernização
da Tabela do Sistema Único de Saúde vai continuar os trabalhos em 2020, para esperar
as respostas do Ministério da Saúde sobre as sugestões apresentadas.

Assessoria

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