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‘Esquentar’ o motor do automóvel antes de rodar traz benefícios? Entenda

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Motores atuais são projetados para você ligar o carro e já sair andando; especialista diz que “esquentar” só desperdiça combustível Imagem: Ford/Divulgação

Se você tem mais de quarenta anos, deve lembrar que, antigamente, era costume deixar o carro ligado por alguns minutos para o motor esquentar antes de sair da garagem. Na época anterior à injeção eletrônica, inclusive, automóveis traziam uma alavanca conhecida como “afogador”, que enriquecia a mistura ar-combustível, restringindo o fluxo de ar no carburador, para facilitar a partida.

Hoje em dia, muitos tem a dúvida: permanecer estacionado até que o motor atinja a temperatura ideal de funcionamento traz vantagens, como reduzir o consumo de combustível e prolongar a vida útil de componentes internos?

UOL Carros conversou com o engenheiro Clayton Zabeu, membro do Comitê Técnico de Motores Ciclo Otto da SAE Brasil, para esclarecer a questão. De acordo com o especialista, salvo exceções, a prática não proporciona benefícios quando se trata de veículos modernos. “Se for um veículo fabricado 20, 30 anos atrás, a prática de esquentar o motor é muito mais necessária e aplicável do que em modelos atuais.

Hoje, componentes como cilindros, bielas e pistões trazem folgas muito mais justas e são muito mais duráveis do que há três décadas”, destaca.

Segundo Zabeu, os motores e os respectivos lubrificantes hoje são projetados para lidar sem problemas com a fase fria, na qual as peças metálicas ainda não se expandiram e o lubrificante ainda não aqueceu adequadamente. “Prova disso é que hoje todos os motores que equipam automóveis novos são testados, no fim da linha de montagem na fábrica, ainda frios e com rotação máxima”, exemplifica.

Não precisa “amaciar”

Motores são testados na linha de produção ainda frios e com rotação máxima, sem sofrer danos Imagem: Murilo Góes/UOL.

O engenheiro lembra que os tempos de “amaciar” o propulsor, evitando cargas mais fortes no acelerador nos quilômetros iniciais, estão no passado. Há algumas décadas, as próprias montadoras recomendavam essa prática para “assentar” peças internas pelo desgaste natural e, com isso, prolongar a vida útil do motor. Hoje isso não é mais necessário.

“Não vale a pena deixar o motor esquentar, isso só causa desperdício de combustível. Além disso, na fase fria, somente mantendo o motor em marcha-lenta, leva muito mais tempo para atingir a temperatura ideal de funcionamento do que rodando normalmente”, complementa.

Zabeu destaca também que, quanto mais tempo o motor demorar para esquentar, mais ele vai poluir. Isso acontece também por conta do catalisador, equipamento que serve para converter gases nocivos provenientes da combustão em produtos menos nocivos à atmosfera e à saúde. O catalisador só funciona da forma esperada em altas temperaturas, esclarece.

“É preferível já sair andando, pois assim o catalisador é aquecido muito mais rapidamente” As exceções são os carros mais antigos, especialmente os carburados, bem como motores mais desgastados, já no fim da vida útil e com problemas de lubrificação.

O engenheiro inclui na lista veículos extrapesados, bem como carros de alta performance. “Há casos nos quais o motor necessita estar na temperatura ideal para que seja lubrificado de forma adequada. Especialmente no caso de esportivos, a própria eletrônica se encarrega de restringir a potência, cortando combustível, até a temperatura indicada ser atingida.” Outra orientação: esticar uma marcha ou dar uma acelerada com o motor.

Outra orientação: esticar uma marcha ou dar uma acelerada com o motor ainda frio não traz problemas, desde que a prática não seja frequente, ensina.

Fonte: Uol

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